PROJETO

No ano de 1999 havia apenas 3 tambores de sopapo identificados no estado do Rio Grande do Sul. Em 2000 e 2001, foram realizadas, então, duas edições do Projeto CABOBU em Pelotas, através da ação do músico Giba Giba, chamando a atenção para a possível extinção do instrumento. Nesse sentido, o Coletivo Catarse, em convênio com o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, começou em Janeiro de 2010 a desenvolver o Projeto TAMBOR DE SOPAPO – RESGATE HISTÓRICO DA CULTURA NEGRA DO EXTREMO SUL DO BRASIL, que pretende contribuir para a preservação do tambor de sopapo através das seguintes ações:

1) Confecção de 1000 cartilhas com ilustrações explicando detalhadamente como se produz o tambor de sopapo, passo-a-passo, com as variações de produção que serão pesquisadas (1.000 exemplares a serem distribuídos na rede de Pontos de Cultura, escolas de samba de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande e no entorno dos locais em que historicamente se utilizava o tambor de sopapo);
2) Produção de 500 caixas com 5 DVD’s: 3 DVD’s constando as entrevistas completas com os luthiers e mestres griôs envolvidos na produção e história do tambor de sopapo; 1 DVD com o ensaio fotográfico mais banco sonoro das batidas do tambor de sopapo; 1 DVD com filme documentário em longa-metragem, formato 16:9, 24 fps, pronto para veiculação em televisão e cinema (500 caixas para serem distribuídas a museus e outras instituições que trabalhem a história da cultura negra no Brasil, com prioridade àquelas que enfocam o sul do país, e para a Rede de Pontos de Cultura);
3) Editoração de 1000 livros com as degravações das entrevistas com os luthiers e mestres griôs, além de uma seleção de fotografias do ensaio do DVD (1.000 exemplares a serem distribuídos em bibliotecas, arquivos históricos e outras instituições que trabalhem a história negra no Brasil, com prioridade àquelas que enfocam o sul do país, e para a Rede de Pontos de Cultura).

Com pesquisas in loco, pesquisas históricas (cartórios, sebos, bibliotecas públicas) e entrevistas, o projeto vai registrar e transmitir o conhecimento de tudo que envolve a produção do tambor de sopapo para a consolidação de um conhecimento secular, histórico e que corre o risco de se extinguir. Pesquisas de campo já estão sendo feitas há mais de ano pela instituição proponente deste projeto como parte de uma ação do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, situado no Bairro Cristal em Porto Alegre. O trabalho será desenvolvido em Pelotas, São Lourenço do Sul (onde há sopapo sendo tocado por populações quilombolas), Rio Grande e Cachoeira do Sul, municípios que já foram previamente identificados através das entrevistas de mapeamento realizadas com alguns detentores/produtores do sopapo e participantes do CABOBU.